sábado, 27 de junho de 2009

Educação-Cisterna Rubem Alves

Um poeta inglês chamado William Blake gostava de inventar aforismos. Aforismos são frases curtinhas que têm o poder de nos abrir os olhos. Um dos seus aforismos é este: “As cisternas contêm, as fontes transbordam”. Cisternas são buracos cavados para guardar água. Muito úteis em regiões de seca, como o Nordeste. Para que as cisternas tenham água, é preciso que alguém ponha água dentro delas. As fontes, ao contrário, são buracos que a água cava, saindo das profundezas da terra. Ninguém põe água em uma fonte. As fontes transbordam!
Esse aforismo me fez pensar que há dois tipos de Educação: a Educação-cisterna e a Educação-fonte. Educação-cisterna é aquela que lida com o aluno como se ele fosse um buraco vazio, dentro do qual os professores devem colocar os saberes contidos nos programas. O nome desse buraco onde os saberes são colocados é memória.

O problema da Educação, então, é fazer com que o buraco contenha a água, ou seja, que a memória não esqueça.

As provas são os mecanismos para medir quanto de água (saberes) ficou na memória.
Nas escolas, para se avaliar um aluno, os professores se valem de “provas” que são uma série de “perguntas” para as quais os alunos devem saber as respostas. As respostas se encontram nos livros e nos cadernos. É por isso que, normalmente, não se permite que os alunos consultem seus livros e cadernos: para não colarem. Os alunos que dão as respostas certas, isto é, os alunos que se lembram do que está escrito nos livros e nos cadernos, tiram boas notas. Isso quer dizer que eles são inteligentes? Não. Quer dizer que eles têm boa memória.
Não seria possível imaginar uma avaliação diferente em que se pedisse que os alunos formulassem as perguntas que fariam diante de uma certa situação apresentada pelo professor?

Todas as vezes que uma prova faz perguntas que têm a ver com memória, estamos diante da Educação-cisterna. Mas a memória esquece. A água se infiltra pela terra. Escorredor de macarrão. Vestibular. Por que a memória esquece?

Sugestão aos professores: chegar na sala de aula e dizer aos alunos: “Vamos fazer uma prova surpresa?”
Rubem Alves

Biografia - Rubem Alves


Rubem Alves


Rubem Alves estudou Teologia e Filosofia, tornando-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise, no início da década de 80. Tornou-se autor de inúmeros livros, é colaborador em diversos jornais e revistas com crônicas de grande sucesso. O autor é membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.




Educação - Rubem Alves

COMPAIXÃO
Minha neta Camila tem onze anos. Ela estava almoçando quando, de repente, sem razão aparente, começou a chorar. Saiu da mesa e foi para a sala de televisão, onde se deitou num sofá e continuou a chorar. Fui até ela para saber o que estava acontecendo e foi isso que ela me disse: “Vovô, eu não consigo ver uma pessoa sofrendo sem sofrer. Quando vejo uma pessoa sofrendo, o meu coração fica junto ao coração dela...”
Tão menina e já sofre de poesia. Ela pensa usando imagens: o meu coração fica junto ao coração dela...
Isso tem o nome de compaixão. Talvez devêssemos abandonar a definição tradicional do ser humano como o animal que pensa e substituí-la por uma nova, tão mais verdadeira: o homem é o animal que sente compaixão. Compaixão quer dizer “sentir junto”. Eu não estou sofrendo. Mas vejo alguém sofrendo. Duas crianças, numa noite de garoa, num semáforo, me pedem um trocado. Elas me olham com seus olhos pingando de chuva. O seu olhar rompe a minha tranquilidade. E eu sofro com elas.
Compaixão também se tem por um animal. Consta que Nietzsche, vendo um carroceiro a chicotear um cavalo, abraçou-se ao cavalo e ficou louco, definitivamente. Um mundo onde homens chicoteiam animais é um hospício de loucos. Lembro-me de uma amiga chorando com o seu pássaro preto nas mãos, morrendo. Afinal de contas, quanto vale um pássaro preto? E pode até mesmo ser compaixão por uma planta. Fernando Pessoa sentia compaixão pelos arbustos: “Aquele arbusto fenece, e vai com ele parte da minha vida. Em tudo quanto olhei fiquei em parte. Com tudo quanto vi, se passa, passo. Nem distingue a memória do que vi do que fui.” Os olhos, movidos pela compaixão, colocam o coração junto ao coração do ser que está sofrendo.
A Ética é uma disciplina filosófica que se dedica a investigar o bem que devemos fazer. Um dos seus grandes teóricos foi Kant. Mas Kant se assombrou com o fato de que os homens, inteligentes, capazes de conhecer com a sua razão o bem que deve ser feito, não o fazem. O conhecimento da Ética não nos torna seres éticos. Um professor que ensina Ética numa sala de aulas pode ser um monstro quando ninguém está vendo.
Os políticos que mergulharam o Brasil nessa vergonha não são ignorantes. São seres inteligentes. Estudaram em boas escolas. Têm diplomas. Sabem o que é certo e o que é errado. E até mesmo se gabam de sua excelência em público, sem se envergonhar. Bom é pouco. Muito bom não chega. Excelentíssimo, bom acima de qualquer comparação: é assim que eles se tratam.
A corrupção não decorre da falta de conhecimento. Decorre de uma doença na alma. Não aprenderam a compaixão. Não se enquadram, portanto, em nossa definição de homem. Seus corações não sofrem ao ver o sofrimento. Veem as crianças nas ruas, os velhos abandonados, os adolescentes confusos, os pobres com fome. Mas isso não faz os seus corações sofrerem. Não são capazes de repetir o que disse o poeta: “Em tudo quanto olhei fiquei em parte.” Os corações sem compaixão batem sozinhos. Não saem de si mesmos.
Aí comecei a pensar nas escolas. Tantas coisas se ensinam lá! Os programas são enormes. Mas onde se ensina compaixão? Como se ensina compaixão? O lugar da compaixão não é o lugar do conhecimento. É o coração. É do coração que a Ética surge, como determinação viva do corpo. Mas como se educa o coração? Conhecimento sem coração é demoníaco. As maiores atrocidades são perpetradas por meio dos conhecimentos de Ph.Ds.
Se alguma escola estiver interessada em ensinar a compaixão, chamem a minha neta Camila. Ela sabe...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ivete Sangalo!!! Adoro!!!





Agora Eu Já Sei
Ivete Sangalo
Composição: Ivete Sangalo / Gigi
Duvidava,não entendia
Quando alguém me falou
Suspirava, que agonia
Pra sentir esse amor

Tempo, mestre de todas horas e dias, passou sem ver
Te amar de verdade, sentir saudade
Mas só de você, só de você

(Refrão)
Agora eu já sei
Quando falta a respiração
É a prova que um coração
Já não sabe mais
Viver sem você
Agora eu já sei
Que me falta sempre a razão
Traduzir melhor na emoção
Do que trago aqui, bem dentro de mim
Dentro de mim...

Duvidava, não entendia
Quando alguém me falou
Suspirava de agonia
Pra sentir esse amor
Tempo, mestre de todas horas e dias, passou sem ver
Te amar de verdade, sentir saudade
Mas só de você, só de você

(Refrão) 2x

E eu que duvidava e não sabia
Que esse verdadeiro amor chegou
Verdadeiro amor chegou...
Verdadeiro amor!

50 anos de carreira do Rei Roberto Carlos!




É preciso saber viver

Roberto Carlos
Composição: Roberto Carlos

Quem espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou viver na solidão
É preciso ter cuidado
Prá mais tarde não sofrer
É preciso saber viver...
Toda pedra no caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mau existem
Você pode escolher

É preciso saber viver...
É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
Saber viver!...
Toda pedra do caminho
Você pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mau existem
Você pode escolher
É preciso saber viver...
É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
É preciso saber viver!
Saber viver! Saber viver!...

Educar por Rubem Alves

Educar
“Educar é mostrar a vida
a quem ainda não a viu.
O educador diz: “Veja!”
- e, ao falar, aponta.
O aluno olha na
direção apontada e
vê o que nunca viu.
Seu mundo
se expande.
Ele fica mais
rico interiormente...”
“E, ficando mais rico interiormente, ele
pode sentir mais alegria
e dar mais alegria -
que é a razão pela
qual vivemos.”
“Já li muitos livros sobre psicologia da educação, sociologia da educação, filosofia da educação – mas, por mais que me esforce, não consigo me lembrar de qualquer referência à educação do olhar ou à importância do olhar na educação, em qualquer deles.”
“A primeira tarefa da
educação é ensinar a ver...
“É através dos olhos que as
crianças tomam contato com
a beleza e o fascínio do mundo...”“Os olhos têm de ser educados
para que nossa alegria aumente.”
“A educação se divide em duas partes:
educação das habilidades
e educação das sensibilidades...”
“Sem a educação
das sensibilidades,
todas as habilidades
são tolas e
sem sentido.”
“Os conhecimentos nos dão meios para viver.
A sabedoria nos dá razões para viver.”
“Quero ensinar as crianças.
Elas ainda têm
olhos encantados.
Seus olhos são dotados daquela qualidade que,
para os gregos,
era o início do pensamento:...”
“...a capacidade de
se assombrar
diante do banal
“Para as crianças,
tudo é espantoso:
um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus,
os pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu,
um pião na terra.
Coisas que os
eruditos não vêem.”“Na escola eu aprendi complicadas classificações botânicas,
taxonomias, nomes latinos – mas esqueci.
Mas nenhum professor jamais chamou a minha atenção para a beleza de uma árvore...
...ou para
o curioso
das simetrias
das folhas.”
“Parece que, naquele tempo, as escolas estavam mais preocupadas em fazer com que os alunos decorassem palavras
que com a realidade
para a qual
elas apontam.”
“As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor.
Aprendemos palavras
para melhorar os olhos.”
O ato de ver
não é coisa natural.
Precisa ser
aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
O ato de ver não é coisa natural.
Precisa ser aprendido.”
“Há muitas pessoas
de visão perfeita
que nada vêem...
“Quando a gente
abre os olhos,
abrem-se as
janelas do corpo,
e o mundo aparece refletido dentro
da gente.”
“São as crianças que, sem falar, nos ensinam as razões para viver.
Elas não têm
saberes a transmitir.
No entanto,
elas sabem o essencial da vida.”
“Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir
e não se torna como criança
jamais será sábio.”
Rubem Alves
Rubem Alves – Nasceu em 15 de setembro de 1933, em Boa Esperança, Minas Gerais.
Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia, psicanalista e professor emérito da Unicamp. Tem três filhos e cinco netas.
Poeta, cronista do cotidiano, contador de histórias, um dos mais admirados e respeitados intelectuais do Brasil.
“As crianças não têm
idéias religiosas, mas têm
experiências místicas.
Experiência mística não é ver seres de um outro mundo.
É ver este mundo iluminado pela beleza.”

Rubem Alves

Dias Melhores... e um Mundo Melhor!!!


Dias Melhores
Jota Quest

Composição: Rogério Flausino
Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais,
Dias que não deixaremos para trás
Oh! Oh! Oh! Oh...

Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
(Melhores! Melhores!)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo!
Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre
Vivemos esperando
Oh! Oh! Oh!
Dias melhores prá sempre
Dias melhores prá sempre
(Prá sempre!)...

Vivemos esperando
Dias melhores
(Melhores! Melhores!)
Dias de paz
Dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás
Oh! Oh! Oh!...
Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
(Melhores! Melhores!)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Pra sempre
Vivemos esperando
Oh! Oh! Oh!...

Dias melhores
Prá sempre... (4x)
Uh! Uh! Uh! Oh! Oh!
Prá sempre!
Sempre! Sempre! Sempre!...






Paixão por educar...



"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com Amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso, os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em Amor:

Intérpretes de Sonhos"

(Rubem Alves)

A pipoca

Rubem Alves

A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.

Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.

Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas.

Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.

A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.

Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.

Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.

Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.

Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.

Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem

Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".

Paulo Freire




"Não existe saber mais ou saber menos. Existem saberes diferentes"

Os Livros...





São os livros uns mestres mudos que ensinam sem fastio, falam a verdade sem despeito, repreendem sem pejo, amigos verdadeiros, conselheiros singelos; e assim como à força de tratar com pessoas honestas e virtuosas se adquirem insensivelmente os seus hábitos e costumes, também à força de ler os livros se aprende a doutrina que eles ensinam.Forma-se o espírito, nutre-se a alma com os bons pensamentos; e o coração vem por fim a experimentar um prazer tão agradável, que não há nada com que se compare; e só o sabe avaliar quem chegar a ter a fortuna de o possuir.

Padre Antônio Vieira

3.000 livros para download no site da USP


A USP lançou um site que disponibiliza 3.000 livros para download. Ao entrar no www.brasiliana.usp.br o internauta encontra livros raros, documentos históricos, manuscritos e imagens que são parte do acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, doada à universidade.
Há planos de aumentar o catálogo para 25 mil títulos e incluir primeiras edições de Machado de Assis e de Hans Staden.


Fonte: Uol

sábado, 20 de junho de 2009

"Joga no Google"

O maior site de buscas da internet, o Google, já conseguiu deixar marcas na Língua Portuguesa. O uso de neologismos pelos internautas já é visto. Um dos neologismos que já produziu é a expressão "joga no google", que já é bastante usada sempre que alguém desconhece uma palavra.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ENEM 2009



Enem 2009: quase um milhão de inscritos




Antes do fim da primeira semana de inscrições, já são quase um milhão que se inscreveram no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). As inscrições vão até o dia 17 de julho e é feita somente pela internet, no site do Inep.




Em 2009, o Enem será usado para que os candidatos ingressem em 40 universidades federais. O MEC espera que o número de inscritos chegue a 7 milhões.




Até agora, São Paulo foi o estado que registrou o maior número de inscritos (193 mil), seguido de Minas Gerais (89 mil), Bahia (81 mil), Rio de Janeiro (73 mil) e de Pernambuco (58 mil). Sabendo-se que alunos de escola pública não pagam a taxa de inscritos, enquanto os alunos da rede privada devem imprimir o boleto e pagar a taxa de R$35,00 em qualquer agência bancária.




O Enem será aplicado em 1.619 municípios nos dias 3 e 4 de outubro, às 13h, com 180 questões de múltipla escolha. Outras informações no site do Inep.




Fonte: Uol Educação